Minha Opinião - The Hidden

Hidden, dirigido pelos Irmãos Duffer, é aparentemente só mais um filme de mundo pós-apocalíptico. O maior atrativo para o filme é justamente esse tema, não espere um embasamento muito profundo de mundo. Porém, de uma chance, ele tem um bocado a oferecer.
Acompanhamos a história de uma família que vive em um abrigo nuclear, por conta de um desastre que pode ter destruído a raça humana. Começamos o filme no escuro e, gradativamente, vamos tendo acesso a informações e a termos usados pelos sobreviventes.
Na primeira parte a filha do casal, chamada Zoe, nos faz conhecer cada parte do abrigo e os temores do que pode estar lá fora. Tudo enquanto ela quebra as 4 regras básicas para a sobrevivência deles naquele local o que torna, de certa forma, divertido. Entramos, logo após essa apresentação de ambiente e conceitos, no primeiro real conflito do filme. Um rato está roubando comida a muito tempo, o que desencadeará uma serie de acontecimentos que mostra a fragilidade da família. Enfim, a atriz mirim conduz bem todo esse primeiro ato.



Em certos momentos decisivos, nós somos jogados para lembranças antes da destruição se instalar. Isso, para mim, foi uma um grande acerto que mereceria ter sido ainda mais explorado. A desorientação e incerteza de onde os moradores devem ir para ficarem seguros é muito bem colocada no filme, trás a sensação de impotência que em muitas situações nos vemos na vida.
Nesse ponto a base da história já foi bem montada e, consequentemente, algo deveria ocorrer para eles serem tirados do “conforto” de seu bunker. Logo vemos pela primeira vez as criaturas, sombras com olhos brilhantes. Elas invadem o bunker, em uma cena bastante desesperadora, eles realmente fazem de tudo para fugir e sobreviver. Somente a mãe e a Zoe sobrevivem, fogem, mas logo são capturadas. Nesse momento o filme ganha seu boost final, que fará você gostar ou odiar o filme de vez.
As criaturas que eles se escondem são, na verdade, soldados do exército americano. Eles, aparentemente, estão caçando e eliminando os moradores daquela cidade. Entramos em mais uma das cenas que retrocedem no tempo, mostrando o momento exato que caças bombardeiam uma cidade que eles tinham acabado de ordenar que os moradores ficassem em casa. Esse momento, da fuga da família para o bunker, foi a cena mais impactante para mim. Realmente trouxe o sentimento de que tudo estava sendo destruído, um cenário de guerra total.



Fica claro que havia um vírus e que essa medida foi uma tentativa de impedir que ele se espalhasse. Nesse momento a mãe de Zoe, que estava presa com ela na rede dos soldados, ficou desperada para proteger a filha. E então o vírus se revela, quando as pessoas ficam nervosas, ganham força sobrenatural e um grau alto da perda do controle cognitivo. Ele é transmitido pelo ar e mesmo depois de se transformar na criatura raivosa, o infectado ainda pode voltar ao normal depois de tranquilizado.
O que me resta comentar, a mãe e filha se safam. Encontram uma entrada de esgoto e por sorte do destino, um esconderijo com várias famílias aparentemente sobrevivendo como eles antes de todos os problemas. Nada incrível, mas todos vivendo. Um final feliz, meh.
Hidden é um filme bom, com uma reviravolta interessante que te pega no contrapé. Porém com pouco desenvolvimento da ideia do vírus, que deixa um sabor de incoerências. Nos traz um final colorido demais para uma história pós-apocalíptica que nós mesmo somos a maior ameaça, até superando a ideia do vírus.

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Nota: 6,0

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Ficha Ténica - 

Direção – Matt Duffe, Ross Duffer
Roteiro – Matt Duffe, Ross Duffer
País – USA
Ano –  2015