Minha Opinião - Taxidermia

Taxidermia conta a história de três gerações de uma família, apresar de suas histórias não serem diretamente relacionadas. Ainda não sei bem se existe uma mensagem por trás de toda essa caminha nojenta, desagradável e desgostante que é o longa do diretor húngaro Gyorgy Pálfi. Sem duvidas, obsessão é algo que está no cerne desse roteiro… Porém, boa parte do desenvolvimento dos personagens é baseada no visual. Cenas que demonstram a paixão do soldado pelo fogo ou as competições de comida do atleta, em que 70% dos diálogos são corridos enquanto eles vomitam em intervalos do campeonato. Diferente de outros filmes que apelam para o visual, esse, apesar de bem forte, não me venceu na categoria “Parar um tempo para respirar”.
Ele me manteve preso por dois fatores, sua cinematografia e atmosfera. Ele trás enquadramentos, efeitos especies e edição que ressaltam de forma peculiar a ideia destrutiva do filme. Até mesmo a cena de transição da parte dois da história para a parte 3, onde vamos de uma mãe amamentando o filho recém nascido para o close do rabo de uma pomba cagando. Isso tem seu valor cinematográfico, me fez rir alto em pensar o quão maluca é a mente que trabalhou nessa cena.

A evolução das duas primeiras partes, resultou em uma ultima que fecha com chave de insanidade nossa jornada. O taxidermista, que dá nome ao filme, é o resultado de uma série de vidas caóticas e doentes. Ele tem uma clara obsessão por seu trabalho, vai além de ganhar dinheiro. E ele levaria isso até as ultimas consequências.
Seu pai, o competidor de comida do conto anterior, hoje é um obeso mórbido. Está em uma forma bem desagradável, mas ele se superar em suas palavras com o filho. Chegando a dizer, em uma discussão, que colocou o nome do filho em uma técnica de vomito, e disse isso com orgulho. O taxidermista, já cansado de todo aquele abuso e degradação mental, larga o pai sem os cuidados necessários. Em resumo, o senhor obeso tem a barriga e as tripas derramadas por seus gatos. Gatos esses que eram mantidos presos, pelos seus tamanhos absurdos comparados a gatos normais.

Temos então algo esperado, o empalhamento do pai pelo filho taxidermista. Nada surpreendente a esse ponto, porém algo mais estava por vir. Ele então decide colocar algo em ação que já devia estar planejado em sua mente, seu próprio empalhamento. Em uma maquina que não é muito bem explicada, ele se mantêm vivo enquanto retira os órgãos de seu corpo. Temos um belo trabalho de câmera aqui, os closes te fazem ver e não ver ao mesmo tempo. Você sente tudo acontecendo, mesmo não sendo crível ele ainda estar vivo, seja lá por qual técnicas forem. É retirado órgão a órgão, corte após corte. E no fim, o decepamento de sua cabeça e braço direito. Uma escolha interessante da parte do personagem, ele não preservou suas características humanas, mas sim buscou as de estátuas antigas. Essas que geralmente perdem seus membros pelo desgaste do tempo, por serem esquecidas suas origens e não terem os devidos cuidados. Muitas, apesar de partes destruídas, continuando sendo exibidas por conta de todo os seus valores históricos, mesmo com todas as suas marcas mais profundas.
Nota : 6,5
Ficha Técnica -
Direção – Gyorgy Pálfi
Autor – Lajos Parti Nagy
País – Hungria
Ano – 2006
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