Minha Opinião - The Yakuza

Na maior parte do tempo o filme é comum, sem nenhum destaque visual ou de direção criativa. Mas seu maior destaque é o roteiro cheio de reviravoltas e surpresas.
Harry é um ex-policial que lutou ao lado dos aliados na segunda guerra mundial. Foi ativo na ocupação do Japão no pós-guerra e, com isso, deixando marcas no país estrangeiro que o levaria a voltar as terras asiáticas.

Sua volta se dá por um problema de um amigo, George Tanner se envolveu com a Yakuza e acabou tendo a filha sequestrada por conta de uma venda de armas malsucedida. Harry, por conhecer um Yakuza, irmão de uma japonesa que ele se apaixonou e teve um romance durante a ocupação estadunidense, aceitou o pedido de ajuda e partiu em buscar de reencontrar as pessoas que não via a mais de vinte anos.
Tudo que acabo de dizer acima é meia verdade, ou uma completa mentira. Apesar disso, o filme se desenvolve sem um clima de desconfiança ou inquietude, na verdade, ele se baseia no compromisso que os personagens têm um para com o outro. Tanto os Yakuza, no seu código de honra rígido próximo ao que era o Bushido, quanto os americanos que tem suas próprias influencias, mas também inclinados à cultura samurai.

O roteiro começa com um problema bastante simples e polarizado, porém isso muda gradualmente. Os personagens começam a ganhar uma base forte dentro da narrativa, suas motivações e situações que os ligam são mostradas de forma que, mesmo elas mudando de forma drástica a cada ato, não deixe o espectador se perder na trama.
As cenas de conflito entre Harry, Tanaka (Irmão da antiga amada de Harry) e a Yakuza, são momentos de um contraste muito interessante e, eu diria, divertido. Todos já conhecem muito bem uma cena de invasão em uma casa cheia de bandidos, onde o mocinho (Ou seja lá quem for) entra derrubando a porta e dispara suas armas em todas as direções, em uma troca de tiros frenética. Possivelmente também já devem ter visto uma luta de samurais empunhando suas katanas, com seus movimentos calculados, seus olhares frisados, seus passos curtos e apressados. Em várias cenas temos essa junção das duas escolas cinematográficas que, junto ao roteiro, é um dos destaques a se comentar.

The Yakuza é mais do que se pode esperar, não é um grande filme sobre máfia japonesa nem um filme frenético de ação. Porém prende a atenção pelo seu desenrolar que sempre joga a trama para cima, tornando difícil acertar o que virá a seguir. Faz um bom uso do contraste e história de sangue entre EUA e Japão, trazendo um final que achei justo, até de certa forma, um pequeno pedido de desculpas dos americanos aos japoneses.
Ps: Preferi não dar grandes spoilers.
Nota : 6,5
Direção - Sydney Pollack
Roteiro - Paul Schrader, Robert Towne, Leonard Schrader
País - USA
Ano - 1974
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